Estiagem se agrava na região

03/01/2012 17:38

     Os produtores de milho e soja na região de Não-Me-Toque, estão preocupados com a situação das lavouras de verão. As cultivares de milho, principalmente, e soja estão comprometidas com a falta de chuva dos últimos 3 meses. As chuvas dos últimos dias, não foram o suficiente para as lavouras de milho, que já se encontram em estágio avançado. As perdas nas lavouras de milho em Não-Me-Toque, Victor Graeff, Colorado e arredores já ultrapassam os 70% .

     No estado a estimativa é de 222 mil pessoas afetadas pela seca. Os municípios de Tapera, Lagoa dos Três Cantos encaminharam Notificação Preliminar de Desastre (Nopred) e também poderão encaminhar situação de emergência. Só no município de Frederico Westphalen, 29 mil pessoas foram atingidas. Segundo a Defesa Civil do estado, a chuva que caiu em algumas partes do Rio Grande do Sul não foi suficiente para evitar os efeitos da estiagem.

     Segundo informações do prefeito de Victor Graeff, Paulo Lopes Godoi o município está com a documentação pronta para encaminhar o pedido de situação de emergência. Conforme o prefeito, a documentação será encaminhada amanhã (04/01) à Defesa Civil, decretando o município situação de emergência.

     Para evitar perda total, os pequenos e médios produtores estão encaminhando pedidos de Proagro nas agencias locais. O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) garante a exoneração de obrigações financeiras relativas a operação de crédito rural de custeio, cuja liquidação seja dificultada pela ocorrência de fenômenos naturais, pragas e doenças que atinjam rebanhos e plantações.

     Em entrevista à Rádio Ceres, o gerente do Banco do Brasil de Não-Me-Toque, Carlos Menengol falou da procura dos produtores pelo Proagro: “A procura por custeio das lavouras aumentou nessa semana, e tende a aumentar nas próximas semanas. Seguro em lavouras com 30 a 40% de perdas registradas pelos produtores já estão sendo solicitadas em nossa agência. Ao receber essas notificações, no máximo , 2 a  3 dias, encaminhamos um técnico para fazer a vistoria nessas lavouras, para sim fazermos o encaminhamento necessário. Na nossa região um técnico capacitado, da Emater está fazendo esses levantamentos.” Alguns produtores tem-se manifestado, da negligência de alguns técnicos, e não estão de acordo com o que foi apurado na lavoura. Para Menegol, a agência de Não-Me-Toque, não tem informações sobre eventuais reclamações e adverte, para garantir a cobertura do seguro, o agricultor deve tomar alguns cuidados básicos: aplicar corretamente os insumos e os tratos culturais, ter uma boa condução da lavoura, guardar os comprovantes de aquisição de insumos para apresentar ao banco, realizar a comunicação de perdas na época apropriada e aguardar a vistoria na lavoura e a liberação da área antes de iniciar a colheita.

     O valor do benefício uma vez aprovado, depende do percentual de perda, do que foi avaliado na vistoria, do que será colhido e do tamanho da lavoura. Para Menegol, a preocupação no momento é com as lavouras de milho, pois as lavouras de soja com as chuvas dos últimos dias, não tem como avaliar, pois a soja é uma leguminosa mais rústica, resistente a adversidades climáticas.

     Outra preocupação, se a chuva não retornar nos próximos dias, será na produção leiteira, que já sofre perda de 35%. As pastagens não estão desenvolvendo, e a silagem feita do milho, não é de boa qualidade. Diferente das lavouras de milho e soja, a produção leiteira não tem Proagro.

Lavoura em São José do Centro

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